Instituto APRENDER Ecologia apresenta Programa Brasileiro de Reservas de Surf na SP Climate Week 2025

Instituto APRENDER Ecologia apresenta Programa Brasileiro de Reservas de Surf na SP Climate Week 2025
agosto 12, 2025 Fernanda

Evento no AYA Hub destacou o papel das comunidades costeiras e da cultura do surf na conservação marinha e no enfrentamento da crise climática

Com o objetivo de colocar o oceano no centro das soluções climáticas, o Instituto APRENDER Ecologia apresentou, no dia 6 de agosto, o Programa Brasileiro de Reservas de Surf (PBRS), durante evento na SP Climate Week 2025, realizado no AYA Hub, em São Paulo. A iniciativa reuniu representantes de organizações socioambientais, pesquisadores, lideranças comunitárias e representantes do poder público para dialogar sobre estratégias de proteção marinha integradas ao território, à cultura e à governança comunitária.

Na ocasião, foram exibidos minidocumentários sobre as Reservas Nacionais de Surf Itamambuca (SP) e Francês (AL), que integram o PBRS – uma iniciativa do Instituto APRENDER em parceria estratégica com a Conservação Internacional (CI-Brasil) . O programa reconhece e valoriza picos de surfe como ativos socioambientais e instrumentos de conservação, reunindo ciência, cultura oceânica e participação social.

Foto: Wanderson da Silva

“A criação de uma Reserva de Surf não é apenas sobre proteger boas ondas. É sobre cuidar de um território vivo, onde comunidades, biodiversidade e cultura estão profundamente conectadas. Estamos construindo um programa de base comunitária, enraizada no pertencimento e na corresponsabilidade que fortalece a implementação de políticas públicas”, destacou Fernanda Muller, diretora do Instituto APRENDER Ecologia.

Durante o painel “Oceano em Movimento: Clima, Comunidade e Conservação”, Nátali Piccolo, diretora do Programa Marinho Costeiro da CI-Brasil, reforçou a necessidade de integrar o conceito de carbono azul e os serviços ecossistêmicos à agenda climática nacional. “Não há futuro climático possível sem o oceano. Os ecossistemas costeiros são aliados estratégicos na regulação do clima, e precisamos ampliar o reconhecimento da sua importância nas decisões políticas e econômicas”, destacou.

Foto: Wanderson da Silva

Ana Paula Prates, diretora do Departamento de Oceano e Gestão Costeira do Ministério do Meio Ambiente, participou do evento e falou sobre o compromisso do governo federal com a pauta marinha. “O Brasil tem um papel de liderança global a cumprir na agenda oceânica. A valorização de iniciativas locais como as Reservas de Surf mostra como a política pública pode nascer no território, com base no conhecimento tradicional, científico e na força das comunidades”, disse Ana Paula.

Ao apresentar oficialmente o Programa Brasileiro de Reservas de Surf, o diretor executivo do Instituto APRENDER e coordenador de impacto do PBRS, Diego Alvarez, pontuou que o Programa une duas potências brasileiras: a biodiversidade e o surf. “O Brasil é uma potência global do surf. Dos últimos 10 títulos mundiais da WSL, sete foram vencidos por brasileiros. Temos uma comunidade de cerca de 50 milhões de surfistas no mundo, e entre 5 a 7 milhões só no Brasil. É um esporte que mobiliza pessoas, movimenta economias costeiras e tem um enorme potencial de engajamento para a conservação”.

Foto: Wanderson da Silva

Diego também destacou o papel do surf dentro da economia azul: “O mercado global de turismo ligado ao surf movimenta cerca de 65 bilhões de dólares por ano. O surf é, portanto, um fenômeno econômico e cultural que ainda é pouco reconhecido como parte importante da economia azul”, finaliza Diego.

O evento também contou com o painel “Guardiões do Oceano: a força das organizações da proteção marinha”, com Nathalie Gil, diretora executiva da Sea Shepherd, e Alexandre Moreno, diretor de Comunicação da Voice of the Oceans.

A participação do Programa Brasileiro de Reservas de Surf na SP Climate Week reforça a missão do Instituto APRENDER Ecologia de articular ciência, cultura e participação social em prol da saúde dos oceanos e da resiliência dos territórios costeiros.

Assista à gravação do evento neste link.

Essa ação faz parte do projeto Ondas da Conservação, uma iniciativa voltada a aprimorar e fortalecer a gestão e o manejo eficaz de ecossistemas marinhos e costeiros no Brasil. Por meio da criação e consolidação de Reservas de Surf como abordagens de conservação, engajamento comunitário e valorização da cultura do surf, o projeto é implementado pelo Instituto Aprender Ecologia, em parceria com a Conservação Internacional (CI-Brasil). A iniciativa contribui para o fortalecimento e a expansão do Programa Brasileiro de Reservas de Surf.

Sobre o Programa Brasileiro de Reservas de Surf
Desenvolvido pelo Instituto APRENDER Ecologia, em parceria estratégica com a Conservação Internacional (CI-Brasil), o PBRS busca ampliar a conservação marinha no Brasil por meio da criação e consolidação de Reservas de Surf. Planejado e desenvolvido a partir de uma visão sistêmica para influenciar nos contextos político, social, econômico e ambiental, o projeto realiza mutirões de limpeza, restauração da vegetação costeira, oficinas com comunidades e lideranças locais, além de projetos de educação ambiental e valorização da cultura do surf. Em 2025, quatro praias brasileiras receberam o título de Reservas de Surf: Itamambuca (SP), Francês (AL), Moçambique (SC) e Regência (ES).

Sobre o Instituto APRENDER Ecologia
Fundado em 2000, o Instituto APRENDER Ecologia é uma associação civil com sede em Florianópolis (SC), que atua em redes colaborativas e está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Entre seus projetos estão o Programa Brasileiro de Reservas de Surf, Barco Escola Aprender com a Natureza, Coalizão Rio Vermelho, Ecologia e Política em Debate, e Monitoramento da Vida Silvestre.

Sobre a São Paulo Climate Week
A Semana do Clima de São Paulo (SPCW, no acrônimo em inglês) é um movimento colaborativo do Sul Global que reúne organizações, redes e lideranças para transformar as cidades frente à crise climática. Mais do que um evento, é uma plataforma que conecta agentes de mudança, impulsiona projetos de impacto e posiciona o Brasil como referência em inovação climática. De 2 a 8 de agosto de 2025, diversas ações ocorrem simultaneamente em diversos locais. Como um dos organizadores principais, o AYA Hub convida organizações de todo o país a participarem, promovendo temas como justiça climática, biodiversidade e transição energética, com o objetivo de dar visibilidade, fortalecer iniciativas e atrair novos recursos.

Foto em destaque: Wanderson da Silva